
Burger King Argentina encerra operações após 36 anos
05/10/2025Após mais de três décadas de presença no mercado argentino, o Burger King anunciou o fechamento definitivo de todas as suas 116 lojas no país. Essa decisão marca o fim de uma era para a marca, que chegou à Argentina em 1989 e, por muitos anos, foi uma das líderes no setor de fast food. O grupo mexicano Alsea, responsável pela operação da marca na América Latina desde 2006, comunicou que está buscando compradores para a operação no país, além de também considerar a venda das operações no Chile e no México.
A trajetória do Burger King na Argentina
O primeiro restaurante do Burger King na Argentina foi inaugurado no bairro de Belgrano, em Buenos Aires, em 1989. Ao longo dos anos, a marca expandiu significativamente, chegando a 116 unidades espalhadas por 11 províncias argentinas, incluindo Mendoza. Durante muito tempo, o Burger King foi um dos principais concorrentes do McDonald's no país, conquistando uma base fiel de consumidores.
No entanto, nos últimos anos, a marca enfrentou desafios significativos. A crise econômica que afeta a Argentina impactou o poder de compra dos consumidores, levando a uma diminuição nas vendas. Além disso, a concorrência local, como a rede Mostaza, ganhou força, superando o Burger King em participação de mercado. Esses fatores contribuíram para a perda de relevância da marca no mercado argentino.
Motivos por trás do fechamento
1. Estratégia de desinvestimento do grupo Alsea
O grupo mexicano Alsea, que também opera marcas como Starbucks e Domino's Pizza, anunciou que está reestruturando suas operações na América Latina. A decisão de vender a operação do Burger King na Argentina faz parte dessa estratégia de desinvestimento, com o objetivo de concentrar recursos em marcas que apresentam melhor desempenho financeiro na região. Em 2024, o grupo já havia vendido 54 unidades do Burger King na Espanha para o fundo britânico Cinven, seguindo a mesma lógica de reestruturação CPG Click Petróleo e Gás.
2. Crise econômica na Argentina
A economia argentina enfrenta uma série de desafios, incluindo inflação elevada, desvalorização da moeda e aumento do custo de vida. Esses fatores afetaram diretamente o consumo de produtos de fast food, com muitos consumidores optando por alternativas mais econômicas. Além disso, a instabilidade econômica levou a uma diminuição no número de turistas estrangeiros, que tradicionalmente representavam uma parte significativa da clientela do Burger King.
3. Concorrência local crescente
A rede Mostaza, uma marca local de fast food, tem ganhado popularidade na Argentina, oferecendo produtos similares a preços mais acessíveis. Essa concorrência direta contribuiu para a diminuição da participação de mercado do Burger King, que, até 2018, ocupava a segunda posição no setor, mas foi superada pela Mostaza nos últimos anos CPG Click Petróleo e Gás.
O futuro da marca na América Latina
Apesar do fechamento das operações na Argentina, o Burger King continua presente em outros países da América Latina, incluindo Brasil, México e Chile. No Brasil, a marca mantém uma rede sólida de restaurantes e continua sendo uma das líderes no setor de fast food. No México, o Burger King também possui uma operação significativa, com o grupo Alsea mantendo o controle da marca no país.
A decisão de vender as operações na Argentina reflete uma estratégia de adaptação às condições econômicas e de mercado locais. A marca continuará a monitorar o desempenho de suas operações na região e avaliará oportunidades de expansão ou reestruturação conforme necessário.
O fechamento das 116 lojas do Burger King na Argentina representa um marco significativo na história da marca no país. Embora a decisão seja resultado de uma combinação de fatores econômicos e estratégicos, ela destaca a importância de adaptação às condições de mercado e à concorrência local. O futuro do Burger King na América Latina dependerá de sua capacidade de inovar e atender às necessidades dos consumidores em um ambiente de negócios em constante mudança.