
Pecuaristas dos EUA querem banir carne do Brasil
21/07/2025O setor pecuário dos Estados Unidos está comemorando uma vitória comercial: o novo tarifaço anunciado recentemente contra produtos brasileiros foi recebido com entusiasmo por produtores locais, que agora intensificam os apelos ao governo para banir de vez a carne bovina do Brasil. A medida, considerada por muitos como protecionista, reacende tensões no comércio internacional e pode gerar efeitos diretos na balança comercial entre os dois países.
Tarifaço como estratégia de defesa da produção interna
A aplicação de tarifas elevadas sobre a carne brasileira é vista pelos pecuaristas norte-americanos como uma resposta necessária à crescente competitividade dos produtos brasileiros nos Estados Unidos. O Brasil, atualmente, é um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo, com preços mais baixos e volume expressivo, o que tem incomodado produtores norte-americanos há anos.
“A carne brasileira tem invadido o mercado americano com preços que não conseguimos acompanhar. É uma concorrência desleal”, afirmou John McClane, representante da Associação Nacional de Criadores de Gado dos EUA. “Com o tarifaço, temos uma chance real de recuperar nosso espaço.”
Pressão por proibição total da carne brasileira
Mais do que apenas tarifas, grupos de lobby estão pressionando o Congresso dos EUA a avançar com medidas que limitem ou até proíbam a entrada de carne brasileira, alegando riscos sanitários e falta de transparência nas fiscalizações brasileiras.
Essa narrativa, no entanto, é contestada por autoridades brasileiras e por especialistas em comércio internacional, que veem nas acusações um pano de fundo político e econômico, não técnico.
O impacto para o Brasil
Caso a proibição avance, os efeitos podem ser sentidos por toda a cadeia produtiva da pecuária brasileira. Em 2023, os EUA representaram um dos principais destinos da carne in natura do Brasil, com bilhões de reais em exportações. A perda desse mercado pressionaria os preços internos e impactaria fortemente os produtores nacionais.
Brasil pode recorrer à OMC
O Itamaraty e o Ministério da Agricultura já estudam uma reação diplomática e comercial. Uma das alternativas cogitadas é acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando quebra de regras de livre comércio e imposições sem fundamentos técnicos.
Segundo especialistas, o Brasil tem argumentos sólidos para contestar a medida. “As tarifas e eventuais bloqueios não se baseiam em riscos reais, mas sim em protecionismo econômico disfarçado de preocupação sanitária”, afirmou a analista de relações internacionais Carla Ribeiro.
E a relação comercial com os EUA?
A tensão pode extrapolar o setor da carne. Medidas retaliatórias ou o esfriamento das relações comerciais podem afetar diversos setores, inclusive o agronegócio norte-americano que depende de insumos brasileiros, como o milho e a soja.
Opinião pública dividida nos EUA
Enquanto os pecuaristas aplaudem a decisão, economistas e consumidores demonstram preocupação. A carne brasileira, geralmente mais barata, ajuda a equilibrar os preços no mercado interno. Com menos concorrência, os preços podem subir, prejudicando diretamente o consumidor final.
O tarifaço norte-americano reacende uma disputa antiga entre os dois gigantes da pecuária mundial. A possível proibição da carne brasileira pelos EUA vai além da questão sanitária — trata-se de uma jogada estratégica para proteger o mercado interno e enfraquecer a competitividade do Brasil. As próximas semanas serão decisivas para o futuro desse embate comercial.
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